Chegamos à Cinemateca!
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HORROR NO CINEMA BRASILEIRO

10 a 16 de fevereiro de 2012

A Cinemateca Brasileira e a Heco Produções promovem, a partir de fevereiro, uma retrospectiva do cinema de horror brasileiro. Ao longo do ano, em sessões mensais aos sábados, e com reprises durante a semana, serão apresentados títulos representativos de um gênero narrativo que dificilmente associamos à história de nosso cinema. Inédita em São Paulo, a mostra tem curadoria de Eugenio Puppo.

Desconhecido do grande público e ainda timidamente estudado, o cinema de horror no Brasil tem na figura de Zé do Caixão, e nos filmes de José Mojica Marins, seu criador, sua mais famosa expressão artística. No entanto, segundo pesquisas recentes, a cinematografia brasileira vem flertando com a narrativa fantástica desde meados dos anos 1930 e 1940, momento em que certos diretores inserem elementos do gênero ao enredo de comédias musicais como O jovem tataravô (1936), de Lulu de Barros, ou Fantasma por acaso (1946), de Moacyr Fenelon.

Já na década de 1950, produtores e cineastas paulistas influenciados pelo clássico de Hitchcock, Rebeca, a mulher inesquecível (1940) investem por sua vez na criação de melodramas sombrios, marcados por uma atmosfera sobrenatural e por fortes papéis femininos como Caiçara (1950), de Adolfo Celi, e Meu destino é pecar (1952), de Manuel Peluffo.

Mas a primeira produção a se declarar abertamente um “filme de horror brasileiro” foi À meia-noite levarei sua alma, de José Mojica Marins, lançada em 1964. Nos anos seguintes, o gênero encontrará espaço para seu desenvolvimento em produções realizadas na Boca do Lixo, em São Paulo, combinando-se muitas vezes a outras formas narrativas como o policial, a ficção científica, a comédia erótica, o suspense e o pornô.

No mês de abertura da mostra, serão exibidos três filmes representativos do horror brasileiro: O despertar da besta (1969), de José Mojica Marins, Ninfas diabólicas (1978), de John Doo, e O maníaco do parque (2002-2009), de Alex Prado. A primeira exibição dos três títulos será feita em sequência, na programação especial HORROR NA MADRUGADA, que acontece a partir da meia-noite de sexta, dia 10, para sábado, dia 11, com sessões às 00h00, 02h00 e 04h00.


CINEMATECA BRASILEIRA
Largo Senador Raul Cardoso, 207
próxima ao Metrô Vila Mariana
Outras informações: (11) 3512-6111 (ramal 215)
www.cinemateca.gov.br
Ingressos: R$ 8,00 (inteira) / R$ 4,00 (meia-entrada)
Estudantes do Ensino Fundamental e Médio de escolas públicas têm direito à entrada gratuita mediante a apresentação da carteirinha.


PROGRAMAÇÃO

10.02 | SEXTA

SALA CINEMATECA BNDES

00h00 O MANÍACO DO PARQUE

02h00 NINFAS DIABÓLICAS

04h00 O DESPERTAR DA BESTA


14.02 | TERÇA

SALA CINEMATECA BNDES

20h30 NINFAS DIABÓLICAS


15.02 | QUARTA

SALA CINEMATECA BNDES

20h30 O MANÍACO DO PARQUE


16.02 | QUINTA

SALA CINEMATECA BNDES

20h30 O DESPERTAR DA BESTA


FICHAS TÉCNICAS E SINOPSES

O despertar da besta, de José Mojica Marins
São Paulo, 1969, 35mm, cor/pb, 92’
José Mojica Marins, Sérgio Hingst, Ozualdo Candeias, Andréa Bryan
Num programa de televisão, um médico expõe sua controvertida tese sobre as drogas e sua influência sobre a mente, expondo resultados de seus experimentos com LSD e com a imagem de Zé do Caixão. Filme de invenção, sintonizado com a vanguarda do cinema marginal, O despertar da besta foi prontamente censurado pelo governo militar. Obra antropofágica, tropicalista e contracultural, explora a metalinguagem e o terror psicodélico para falar de cinema e indústria cultural. Com roteiro do mestre da “pulp fiction” Rubens Francisco Lucchetti, o filme também é conhecido como Ritual dos sádicos. Exibição da cópia restaurada pela Cinemateca Brasileira com patrocínio da Petrobras.
classificação indicativa: 18 anos
sex 10 04h00 | qui 16 20h30

O maníaco do parque, de Alex Prado
São Paulo, 2002-2009, vídeo digital, cor, 74’ | Exibição em beta digital
Cláudio Mello, Claudio Paulo, Cleber Armeloni, Daiane Brito
Atormentado por assombrações, desilusões amorosas e por terríveis memórias de infância, um jovem se transforma em assassino de mulheres. Baseado na verdadeira história de Francisco de Assis Pereira, “o maníaco do parque”, o filme se valeu de um dos mais famosos casos policiais brasileiros dos anos 1990, alvo de extensa cobertura da mídia. Diretor veterano da Boca do Lixo, Alex Prado dirigiu clássicos do faroeste brasileiro como Gregório 38 e Sangue em Santa Maria. Inédito nas salas de cinema, O maníaco do parque é seu filme mais recente.
classificação indicativa: 18 anos
sex 10 00h00 | qua 15 20h30

Ninfas diabólicas, de John Doo
São Paulo, 1978, 35mm, cor, 85’
Sérgio Hingst, Aldine Müller, Patrícia Scalvi, Selma Egrei
Pai de família respeitável é assediado por duas jovens estudantes quando segue em viagem de negócios para o litoral. Depois de pedir carona, elas o seduzem e o levam até uma praia deserta onde, inesperadamente, fatos estranhos e perturbadores começam a acontecer. Bruxaria, suspense, horror e fortes doses de erotismo marcam a estreia de John Doo na direção de cinema. O sucesso de bilheteria de Ninfas diabólicas impulsionou a carreira do cineasta na Boca, estimulando-o a escrever novos roteiros com temas fantásticos. O filme conta com fotografia de Ozualdo Candeias e música original do maestro tropicalista Rogério Duprat.
classificação indicativa: 18 anos
sex 10 02h00 | ter 14 20h30



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