Na verdade, ainda não, mas tem uma matéria muito simpática no Jornal O Globo sobre os novos filmes de horror brasileiros.
RIO - Zumbis, chupacabras, espíritos zombeteiros e todas as demais variáveis de seres das trevas vão ganhar mais espaço no cinema brasileiro, neste momento em que produtores nacionais de longas-metragens (tanto de filmes autorais quanto de blockbusters) ampliam sua aposta no gênero terror. Uma fornada de oito novos exemplares nacionais do filão vai aportar nas telas nos próximos dois anos. Um deles será exibido neste sábado, às 19h30m, na programação do RioFan — Festival de Cinema Fantástico, iniciado anteontem no Centro Cultural Justiça Federal (CCJF): o paranaense “Nervo craniano zero”, de Paulo Biscaia Filho.
Banhada a coágulos, a produção põe uma escritora e um neurologista em meio a um experimento para inserir um chip capaz de amplificar o cérebro de uma jovem.
— O Brasil ainda tem medo, sem trocadilho, de fazer terror. Muitos produtores e parte do público ainda pensam que é um gênero menor. Ouvi algumas vezes que os meus filmes eram irrelevantes para a cultura brasileira. Que diabos isso quer dizer? É só porque eu não mostro samba e sertão? — questiona Biscaia, conhecido por seu trabalho como diretor de teatro no Paraná.
Além de “Nervo craniano zero”, o RioFan — festival conhecido pela polêmica de que foi vítima em 2011, ao ser proibido pela Justiça de exibir “A Serbian film” — também apresentou um terror vindo do Rio Grande do Sul: “Porto dos mortos”, de Davi Oliveira Pinheiro. Mortos-vivos devoram a população de uma Porto Alegre apocalítica no filme. Para o diretor, só a continuidade na produção do terror pode criar vínculo da plateia com a versão nacional da seara em que Hollywood reina há décadas.
— O grande público ainda ignora a produção dos filmes de gênero que surgem todo ano, cada vez em maior quantidade. Tanto que cada nova produção é encarada como uma anomalia — diz Pinheiro.
Ainda no Sul do país, dois novos longas de horror estão sendo gestados em Florianópolis, pela produtora Novelo Filmes, da cineasta catarinense Cíntia Domit Bittar (“Qual queijo você quer?”, prêmio de melhor curta do Festival do Rio 2011). Em “A nora”, uma mulher é levada à beira da loucura. Já em “Valquíria não vai para o céu”, Cíntia fala sobre possessão. Ambos abordam o sobrenatural nos moldes realistas de “O bebê de Rosemary” (1968), de Roman Polanski.
— Visto como trash ou como caça-níquel em leituras superficiais, o terror é um dos poucos gêneros que conseguem arrancar reações físicas imediatas da plateia, com sustos e gritos. Mas essas reações só acontecem se a sua direção for refinada — diz Cíntia. — Esse é o desafio que o gênero impõe e que gera sua grandeza em obras como as de Polanski ou cults como “O iluminado”, nos quais o susto vem do clima, não de monstros.
No Rio, o produtor Marcos Didonet, da Total Filmes, responsável por sucessos como “Se eu fosse você” (2006) e “Divã” (2006), prepara para 2013 um thriller de terror sobre psicopatas, com direção de Paulo Fontenelle: “Sala escura”.
— É importante atender aos fãs do gênero no Brasil, que hoje só encontram produções estrangeiras com histórias fora do nosso contexto cultural — diz Didonet.
Ivan Cardoso FILMA PARA WEB
Ainda no Rio, o diretor Felipe Bragança explora o terror com “O porão”, que será produzido por Rodrigo Teixeira (“O cheiro do ralo”). Em São Paulo, Teixeira investe no gênero ainda com “Quando eu era vivo”, uma leitura “horrificista” do diretor Marco Dutra, baseado no livro “A arte de produzir efeito sem causa”, de Lourenço Mutarelli. Antonio Fagundes, Marat Descartes e a cantora Sandy estão no elenco do filme. Dutra trafegou pelo fantástico em 2011 com “Trabalhar cansa”, codirigido por Juliana Rojas. A dupla neste momento desenvolve um filme sobre um bebê lobisomem: “As boas maneiras”.
— Fora do eixo dos editais, existe um cinema independente de terror sendo produzido no país, com baixíssimo orçamento. “A noite do Chupacabras”, de Rodrigo Aragão, é um exemplo — diz Juliana.
Entre diretores veteranos, Ivan Cardoso, mestre do terrir, prepara um projeto para a internet chamado “Dracula’s Club”, reunindo curtas feitos com patrocínio zero.
— Eu me civilizei — diz Cardoso. — Na web, vou fazer um longa de horror no “Dracula’s Club” experimentando tudo sem precisar gastar milhões.
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