Quando é bonito ser feio
Filmes Legais

Quando é bonito ser feio


Os belos que me perdoem, mas feiúra é fundamental. É assim, invertendo a provocadora frase de Vinícius de Moraes (1913-1980), que Luiz Carlos Ribeiro, de 53 anos, defende o pão de cada dia. “Já fui de tudo na vida, de ajudante geral de fábrica a ajudante de caminhão. Mas só me saí bem quando descobri que levava jeito para fazer rir”, diz ele.

E por essa “virtude”, ele foi do mais absoluto anonimato para as telas da TV, engajando-se na trupe que fazia estripolias no palco do extinto “Ratinho Show”, na Record. Só que, falando assim, pouca gente vai ligar o nome à pessoa. Afinal, quando resolve fazer graça, Luiz Carlos recolhe sua identidade oficial e abre espaço para a entrada em cena de Rodela, personagem com a qual ele leva a feiúra à máxima potência.

“Antes de criar o Rodela, eu era conhecido como Luiz Careta”, lembra o comediante. Mas é preciso voltar bastante na história para ver o quanto Luiz Carlos leva o humor a sério. Assim que percebeu que seu destino estava atrelado à comédia, ele tomou uma decisão radical: mandar arrancar todos os dentes da arcada superior da boca e quase metade dos da arcada inferior para aumentar o número de caretas que poderia fazer.

“Os primeiros dentistas que procurei não concordavam em arrancar dentes sadios de alguém. Por ‘sorte’ (a aspa é nossa), achei um profissional japonês recém-chegado ao Brasil que topou encarar o serviço.” O truque, ainda que dolorido, acabou dando certo. Ao ponto de ampliar o público que parava para vê-lo em ação no centro da capital.

Até que alguém, em meados dos anos 90, o levou para encarnar seu tipo na “Noites do Terror”, do Playcenter. O parque foi a vitrine que o projetou para virar figura fixa no circo de esquisitices montado por Carlos Massa na Record e depois no também extinto programa “Leão Livre”, de Gilberto Barros. Como não deu certo a tentativa de esticar a permanência na telinha, atuando com o apresentador Jacaré, na RedeTV!, ele acabou retornando às ruas. “Mas me sinto feliz por voltar ao convívio das pessoas que me apóiam desde o início da minha carreira”, diz.

RAIO-X
Certidão: Luiz Carlos Ribeiro, nascido em 4 de abril de 1954, no Rio de Janeiro, no antigo estado da Guanabara.
Galeria: “Ganhei o troféu de personagem mais feio no festival ‘Noites do Terror’, do Playcenter”.
Tempos áureos: “Quando o Ratinho deixou a Record, em 1998, e foi para o SBT, assinei um contrato com a emissora que me fez ganhar dinheiro como nunca tinha ganho na carreira”.

Texto escrito pelo jornalista Donizeti Costa, que autorizou sua publicação em Mondo Cane. A foto foi reproduzida do ChrisMise Blog.

Veja uma entrevista hilária com Rodela (e também com o Marquito) no site do programa Pânico da Jovem Pan.



loading...

- Anão Chumbinho Xaveca As Gatinhas Na Avenida Paulista
Chumbinho, o primeiro anão a fazer filmes de sexo explícito no Brasil, rivaliza em popularidade com Sady Baby entre os fãs do cinema hardcore tupiniquim produzido na Boca do Lixo na década de 80. O baixinho também foi protagonista de uma matéria...

- O último Grande Herói Do Jornalismo Popular
Na foto ao lado, que faz parte do acervo de José Carlos Riccetti, Hélio Santos aparece todo serelepe na companhia do travesti Joyce. A boneca foi fonte de uma matéria do mestre sobre aplicação caseira de silicone nos travecos que queriam ter mamas....

- Clássicos E Raridades Do Cinema Brasileiro Em Cópias Restauradas
A Cinemateca Brasileira e o Centro Cultural Banco do Brasil promove desde o dia 21 de abril a segunda edição da mostra CLÁSSICOS & RAROS DO NOSSO CINEMA. Com curadoria da Cinemateca, a programação oferece uma visão diferenciada da história do cinema...

- Relatos Do Vi Fantaspoa
Apesar de ter estado lá todo o tempo e de ter feito parte do júri dos longas de animação, fiquei devendo um post sobre a sexta edição do Fantaspoa, que aconteceu em Porto Alegre no mês de julho. Então, segue aqui uma coletânea dos relatos e...

- O Jovem Tataravô
Seguem aqui alguns links para informações e textos sobre a comédia musical O JOVEM TATARAVÔ, dirigida por Luiz de Barros para a companhia carioca Cinédia em 1936. Trata-se, segundo o que consegui verificar, do primeiro exemplar brasileiro de filme...



Filmes Legais








.