MCQUADE, O LOBO SOLITÁRIO (1983)
Filmes Legais

MCQUADE, O LOBO SOLITÁRIO (1983)



É com MCQUADE, O LOBO SOLITÁRIO que começa o MITO Chuck Norris. Antes ele já tinha estrelado várias aventuras, algumas muito acima da média até. Mas você consegue ver Steven Seagal no lugar de Chuck como o Sean Kane de "Ajuste de Contas". Ou Jason Statham como o Josh Randall de "Golpe Mortal". Ou ainda um Clint Eastwood quarentão estrelando "Os Bons Se Vestem de Negro".

A partir de MCQUADE, entretanto, torna-se impossível separar astro e personagens: ele VIVE os heróis de maneira que fica impossível dissociá-los. Stallone jamais poderia ser Braddock; Schwarzenegger não convenceria como o Major McCoy, de "Comando Delta". Mas, principalmente, não consigo imaginar nenhum outro ator na pele do ranger barbudo, sujo e mal-encarado J.J. McQuade - talvez o melhor personagem de toda a carreira de Chucko.


O irônico é que este filme não foi desenvolvido pensando nele, mas sim como um projeto originalmente estrelado por Kris Kristofferson! Quando Kris pulou fora - para estrelar o interessante, mas muito inferior "Por Trás de um Assassinato" -, Norris entregou-se de corpo e alma ao papel. Como eu falei lá atrás, Chuck Norris É J.J. McQuade, e você simplesmente não engoliria um outro ator no papel (e espero que pensem bem nisso antes de sequer cogitarem um remake do filme).

MCQUADE também é, disparado, o grande trabalho dessa primeira fase da carreira do ator, que vim analisando na última semana. Eu sempre tive um carinho muito grande pela obra desde moleque, quando foi exibido no SBT, mas é revendo-o agora, como adulto, que percebo com mais clareza a qualidade do conjunto da obra.

(Só uma rápida interrupção: não é irônico que "Ajuste de Contas" e MCQUADE tenham sido tantas vezes exibidos pelo SBT, mas lançados em vídeo pela GLOBO Vídeo???)


Bem, para começo de conversa, este trabalho do Chucko também é um dos mais belos tributos ao western spaghetti já feitos, superior até à homenagem feita por Tarantino em "Kill Bill".

E isso fica muito evidente desde os créditos iniciais, que trazem imagens de rotoscopia e freeze frames de um lobo correndo pela planície (emulando as vinhetas animadas dos faroestes italianos, tipo "Por um Punhado de Dólares"), e nomes dos atores escritos com uma fonte típica de western, tudo sublinhado pela MA-RA-VI-LHO-SA trilha sonora do mestre italiano Francesco De Masi .


E se só os créditos iniciais já deixam qualquer fã de western spaghetti empolgado, espere só para ver a cena de abertura: vestido como um autêntico cowboy do século 19, o Texas Ranger McQuade observa, pela mira telescópica do seu rifle, a ação de um grupo de ladrões de cavalo na fronteira com o México, desde o momento em que eles organizam a "carga" até uma ação desastrada de um grupo de policiais, que são facilmente mortos ou subjugados pelos bandidos. Finalmente, nosso herói intervém e salva alguns dos homens da lei, explodindo carros com tiros de rifle, quebrando dentes a chutes e massacrando quase todos os bandidos com tiros de metralhadora.

Descontando alguns elementos evidentemente modernos, como as metralhadoras Uzi, os veículos motorizados e um helicóptero, parece que o que estamos vendo é um autêntico filme de faroeste, e o diretor Steve Carver demonstra ser um grande conhecedor do gênero ao usar closes nos olhos e no rosto dos personagens, e ações embaladas pela trilha sonora de Francesco De Masi. Simplesmente perfeito.


Embora tenha eliminado a quadrilha, prendido o chefão dos bandidos e salvado a vida dos policiais aprisionados, McQuade leva uma puta mijada do seu superior, que acha que o herói precisa ter uma imagem mais apresentável (em outras palavras, limpinha, perfumada e barbeada), agir mais burocraticamente e, pasmem, frequentar a igreja e formar família.

Claro que McQuade é aquele tipo de ranger que prefere defender a lei à moda antiga - ou seja, à bala -, e sempre agindo sozinho, por isso o apelido "lobo solitário". É um legítimo personagem de western italiano: fala pouco, está sempre barbudo e coberto de poeira, e raramente - para não dizer jamais - dá um sorriso. Para fazer jus ao apelido, prefere viver sozinho numa cabana bagunçada e suja, acompanhado apenas de um lobo de estimação, e onde passa o dia treinando tiro em alvos de madeira.


E vou além: J.J. McQuade é um personagem tipicamente Sam Peckinpah-esco. Afinal, um tema que permeia todos os trabalhos de Bloody Sam também tem bastante destaque aqui: o herói ultrapassado, símbolo de um passado recente, que recusa-se a viver no "presente" e prefere resolver as coisas à moda antiga.

Ora, McQuade é um autêntico dinossauro, daquele tipo que pensa ainda estar no Velho Oeste, onde qualquer dilema poderia ser resolvido à bala, sem as amarrar burocráticas da lei. Ele é um sujeito que vive fora do seu tempo, e a cena que sintetiza isso é aquela em que o ranger olha entre desconfiado e assustado quando um colega tenta "encontrar pistas" utilizando um computador!


A diferença é que se nos filmes de Peckinpah os heróis "ultrapassados" geralmente encontravam a morte diante da modernidade (como no final de "Meu Ódio Será Sua Herança", em que os pistoleiros tentam enfrentar a "moderna" metralhadora), aqui o ranger à moda antiga representa a única solução em tempos "modernos", mas ainda bárbaros sob o manto da "civilidade".

(Parece até que Peckinpah deu umas escapadinhas do set de "O Casal Osterman", filmado no mesmo ano, para trocar umas ideias com Steve Carver e sugerir-lhe algumas características para o herói McQuade...)


Mas, apesar de durão e casca-grossa, o "lobo solitário" tem uma ex-esposa (Sharon Farrell, de "Nasce um Monstro") e uma bela filha adolescente, Sally (a gracinha Dana Kimmell, que um ano antes enfrentou Jason em "Sexta-feira 13 - Parte 3").

Certa noite, Sally e seu namoradinho vão curtir um momento romântico no deserto e dão o azar de testemunhar o roubo de um carregamento de armas do Exército. Os bandidos são liderados pelo sádico Rawley Wilkes (David Carradine!), um campeão europeu de karatê que adora exibir suas habilidades - e dirige um veículo cuja placa diz "Karate"!!! Como o grupo não pode deixar testemunhas, o rapaz é metralhado e o carro em que Sally está é jogado de um penhasco.


A moça sobrevive por detalhes, e, ao descobrir o que fizeram com sua filha, McQuade fica furioso e começa a investigar quem são os responsáveis, ajudado/atrapalhado pelo policial Kayo (Robert Beltran), um dos homens da lei que ele salvou no começo do filme, e por um ranger veterano chamado Dakota (L.Q. Jones).

Lá pelas tantas, também entra em cena a belíssima nicaraguense Barbara Carrera, interpretando Lola Richardson, a amante de Wilkes, que acaba trocando de lado e passando para a cama de McQuade. Barbara era a grande "sex symbol latina" dos anos 1980 e uma musa da minha infância/adolescência - o equivalente, hoje, a Jennifer Lopez e Salma Hayek, mas muito mais linda, gostosa e talentosa.


A delícia protagoniza duas cenas fantásticas em MCQUADE, uma extremamente sensual e outra de muito mau gosto. A primeira é o rala-e-rola com o herói: ele é tão durão que se atraca com a moça no meio da lama mesmo! Já a cena de mau gosto acontece quando, após trocar um único beijo com McQuade, Lola assume o papel de esposa, enfurecendo o ranger ao fazer faxina em seu casebre, chegando ao cúmulo de jogar toda a sua comida gordurosa e cervejas no lixo, trocando-a por vegetais e vitaminas!!!

(No mesmo ano, Barbara Carrera enfrentaria outro grande herói, o James Bond interpretado por Sean Connery em "Nunca Mais Outra Vez", conquistando um lugar de honra na galeria das Bond Girls mais fogosas!)


Na conclusão, MCQUADE abandona um pouco o tom de western para virar uma aventura exagerada e barulhenta, como já havia acontecido antes em "Ajuste de Contas", o filme anterior que Carver dirigiu com Chuck Norris.

Aí McQuade, Kayo e um terceiro ajudante, o agente do FBI Jackson (Leon Isaac Kennedy), armam-se até os dentes com pistolas, metralhadoras e bazucas para enfrentar o exército de Wilkes numa "hacienda" mexicana. E tome granadas, tiros, explosões, mortos e feridos, num daqueles finais apoteóticos e exagerados que os filmes de ação dos anos 1980 adoravam mostrar. Claro que tudo evolui para uma luta final entre Norris e Carradine - depois que o vilão tenta deter o herói com um... tanque de guerra?!?.


Hoje pode até parecer difícil mensurar a importância desta luta final para os fãs do gênero daquele período, mas vale lembrar que não apenas Chuck Norris era um talentoso campeão de karatê, como Carradine era um hábil lutador de kung fu, arte marcial que começou a praticar depois de estrelar o popular seriado "Kung Fu", na década de 70.

Sendo assim, o combate Norris versus Carradine foi algo na linha de um "Marvel Vs. DC". E ambos deixaram os produtores de cabelos em pé ao protagonizar a cena em carne e osso, sem o auxílio de dublês - como Chuck já havia feito com Bruce Lee em "O Vôo do Dragão".

O resultado é uma daquelas lutas de cair o queixo, bem filmada, extremamente bem coreografada e, principalmente, intensa, como se os dois atores estivessem realmente querendo machucar um ao outro - consta que Chuck chegou a reclamar com Carradine sobre a força dos seus chutes "cenográficos"!

McQuade versus Bill!



A luta, claro, ganha contornos épicos graças à música do italiano De Masi (veja o vídeo acima e se emocione), lembrando aqueles climáticos duelos finais dos filmes de Sergio Leone. Inclusive muito da riqueza e da beleza de MCQUADE vem da trilha sonora. Por exemplo, o tema romântico de McQuade e Lola, com coro feminino lembrando muito o tema de Claudia Cardinale em "Era Uma Vez no Oeste", é de arrepiar de tão lindo!

(De Masi foi um dos grandes compositores de temas de western spaghetti, ao lado de Morricone e Bruno Nicolai. Entre seus trabalhos, estão as belíssimas trilhas de filmes como "Vou, Mato e Volto", "Arizona Colt" e "Sete Dólares para Matar").

"Lola and McQuade Theme"



É uma pena que Steve Carver não tenha dirigido mais filmes com Norris, já que foi responsável por dois dos melhores da carreira do astro. É uma pena, também, que não tenha realizado outros westerns contemporâneos como este, em que usa e abusa da paisagem árida e desértica da cidade texana de El Paso, na fronteira com o México.

Na verdade, Carver não assinou outros trabalhos expressivos depois de MCQUADE - o mais memorável é "O Rio da Morte", com Michael Dudikoff, que ele dirigiu para a Cannon Films em 1989. Seu último filme é de 1996. E, enquanto isso, patetas como Rob Cohen e Stephen Sommers continuam arrumando emprego...


Quentin Tarantino deve ter visto MCQUADE várias vezes. Afinal, seu grande tributo ao western e aos filmes de artes marciais, "Kill Bill", divide com este filme o fato de ter David Carradine como grande vilão e de mesclar o clima de faroeste com exibições de artes marciais. Principalmente, ambos têm uma cena em que o herói é enterrado vivo!

Aqui, o próprio Norris acaba sendo sepultado sob toneladas de terra no interior do seu jipe, depois de apanhar feito cachorro de Carradine. Mas, por ser Chuck Norris, nem se abala: abre uma cervejinha no interior da sua "cova", engata a primeira no jipe e sai com a maior facilidade de debaixo da terra, numa cena hilária de tão absurda!

(Numa outra cena de ação, McQuade também fica pendurado no capô de um carro em alta velocidade, em momento que lembra bastante o que acontece com Zoe Bell em "À Prova de Morte".)


Para fechar a conta, MCQUADE tem todas aquelas frases prontas que tornam as aventuras de Norris ainda mais divertidas. Como quando o herói encara um guarda-costas em quem já bateu duas vezes e apenas pergunta, com sua característica cara de buldogue: "Quer tentar uma terceira vez?".

Ou quando o ranger dá uma sova em vários capangas de Wilkes que estavam surrando seus amigos. O vilão aparece cínico e tenta minimizar o negócio: "Os rapazes estavam apenas se divertindo". Aí McQuade olha para o vilão, novamente com aquela cara de cachorro bravo, e questiona: "E você? Quer se divertir também?".


Resumindo: MCQUADE, O LOBO SOLITÁRIO é um excelente filme de ação não só para a época em que foi feito, mas principalmente em comparação com todas essas porcarias que se faz hoje. É só analisar a qualidade do filme, a beleza da fotografia e o casamento perfeito entre a música e as imagens para perceber que o negócio é trabalho de artesão, feito com amor por um cara apaixonado por western, e não só para embolsar o cheque no final das gravações.

Além disso, a luta entre Norris e Carradine é uma coisa de louco, sem os exageros, cabos de aço, câmeras tremidas, dublês evidentes e cortes rápidos do cinema de ação atual - são três minutos de pancadaria que valem por "Os Mercenários" inteirinho!


E McQuade, como eu escrevi lá no começo, pode muito bem ser o melhor e mais interessante personagem que Chuck Norris interpretou em seus mais de 30 anos de carreira. Tanto que nunca conseguiu se livrar dele, e entre 1993 e 2001 interpretou um outro homem da lei durão no seriado televisivo "Walker, Texas Ranger".

Diz a lenda que o ranger do seriado seria o próprio McQuade originalmente, mas a emissora que o produziu (CBS) não tinha os direitos sobre o personagem, e então criou um outro, Cordell Walker, como uma espécie de "versão envelhecida" de McQuade. As semelhanças entre um e outro são tão evidentes que os realizadores de MCQUADE, O LOBO SOLITÁRIO entraram com um processo contra os criadores do seriado, resolvido posteriormente com um acordo entre as partes.

Infelizmente, o ranger televisivo não passava de um "McQuade da terceira idade", como se o herói do filme tivesse resolvido entrar nos eixos depois de todas aquelas pressões do seu superior, inclusive optando por andar ajeitadinho e prender os bandidos dentro da lei ao invés de enchê-los de chumbo. Porque, sabe como é, não se fazem mais heróis como antigamente...


Assim, com a resenha desse filmaço, completo essa maravilhosa MARATONA CHUCK NORRIS. Foi ótimo revisitar algumas obras que eu tinha visto originalmente há muito tempo atrás (como "Ajuste de Contas" e "Comboio de Carga Pesada").

Acompanhe o calendário de atualizações para ler as resenhas que perdeu:
COMBOIO DE CARGA PESADA (Breaker! Breaker!, 1977)
OS BONS SE VESTEM DE NEGRO (Good Guys Wear Black, 1978)
FORÇA DESTRUIDORA (A Force of One, 1979)
OCTAGON (The Octagon, 1980)
AJUSTE DE CONTAS (An Eye for an Eye, 1981)
GOLPE MORTAL (Forced Vengeance, 1982)
MCQUADE, O LOBO SOLITÁRIO (Lone Wolf McQuade, 1983)


O que aconteceu depois desse seleto grupo de filmes é bem conhecido: Norris, já transformado em super-astro mundial, assinou um contrato com a Cannon Films e foi, durante quase uma década, o seu principal e mais lucrativo astro. E a partir de então estrelou uma longa série de sucessos: "Braddock - O Super Comando", "Código do Silêncio", "Invasão USA", "Comando Delta", e por aí vai.

Mas todos eles ficam para uma próxima Maratona, pois o excesso de testosterona desta fez com que minha barba crescesse dez vezes mais rápido e minha voz engrossasse. Além disso, passei a acreditar que todos os problemas do dia-a-dia podem ser resolvidos com Rondhouse Kicks. Maldito Chuck Norris!


E se é uma pena que Chucko tenha se aposentado em 2005 com um filme extremamente convencional e indigno do seu talento ("Resgate de Risco"), ao mesmo tempo será ótimo poder rever o cara-de-buldogue na tela grande no futuro "Os Mercenários 2", em que Stallone finalmente conseguiu reunir o dream team do cinema de ação (só faltou Steven Seagal).

Seu personagem se chamará Booker (homenagem/citação a "Os Bons Se Vestem de Negro", talvez?), e eu espero sinceramente que Stallone não cague fora da panela e dê ao velho Norris um papel à altura do seu mito. Porque, como eu já brinquei anteriormente por aí, com Chuck Norris no time, todos os outros "mercenários" tornam-se absolutamente dispensáveis!

PS: Quem tem olho vivo para enxergar um jovem Kane Hodder, posteriormente imortalizado como Jason Voorhees, "interpretando" um dos muitos bandidos que tomam porrada de McQuade?

Trailer de MCQUADE, O LOBO SOLITÁRIO



*******************************************************
Lone Wolf McQuade (1983, EUA)
Direção: Steve Carver
Elenco: Chuck Norris, David Carradine, Barbara Carrera,
Leon Isaac Kennedy, Dana Kimmell, R.G. Armstrong,
Robert Beltran, L.Q. Jones e Sharon Farrell.



loading...

- Golpe Mortal (1982)
Quando GOLPE MORTAL chegou aos cinemas, Chuck Norris estava em plena escalada rumo ao posto de grande astro do cinema de ação: em poucos anos, já havia estrelado um grande sucesso de bilheteria ("Octagon"), um ótimo filme policial ("Ajuste de Contas")...

- ForÇa Destruidora (1979)
Uma dupla de policiais da Narcóticos de Los Angeles, que trabalha sob disfarce, descobre o esconderijo de uma fortuna em drogas no depósito de uma loja de departamentos. Infelizmente, eles não vivem tempo suficiente para poder denunciar o flagrante:...

- Comboio De Carga Pesada (1977)
São pouquíssimos os casos de pessoas que se transformam em lendas ainda em vida, e um desses raríssimos exemplos chama-se Carlos Ray Norris, ou simplesmente Chuck Norris. Outrora um simples ator carrancudo de filmes de ação de baixo orçamento,...

- Resgate De Risco (2005)
- Shep, era necessário atirar o suspeito pela janela? - É que eu precisava de um pouco de ar... Frases de efeito entre uma troca de porradas ou um tiroteio? Confere. Expressão de buldogue mal-humorado que teve o osso roubado e prepara-se para estraçalhar...

- O Limite Da TraiÇÃo (1987)
Poucos cineastas levaram tão a sério a proposta "filme pra macho" quanto Walter Hill, o homem por trás de sucessos como "48 Horas" e "Warriors - Os Selvagens da Noite". Num mundo injusto como esse nosso, Hill anda sumido das telas já há um tempinho,...



Filmes Legais








.