Erguei as mãos e dai glória ao metal
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Erguei as mãos e dai glória ao metal




Ao contrário dos grandes órgãos de imprensa, Mondo Cane acompanhou as apresentações de bandas de heavy metal na Virada Cultural. Na primeira foto acima, Paul "Baiano" em momento de inspiração divina. Na segunda, fã faz careta ao ser encurralado pela cabeleira suada de um headbanger e pelo suvaco de outro batedor de cabeça. Na foto mais abaixo, fã histérico invade área VIP para reverenciar Andreas Kisser e seus convidados. As fotos são de Vinícius Pereira

Quem perdeu o show do Iron Maiden no começo de março no Parque Antártica, ou porque os ingressos se esgotaram dois meses antes ou porque não tinha condições de pagar entre R$ 100 e R$ 250, pôde conferir a apresentação do primeiro vocalista da banda inglesa de heavy metal anteontem de madrugada na Virada Cultural. Paul Di'Anno empolgou o público presente à Praça da República ao cantar canções da época em que esteve à frente do Iron Maiden, antes de ser substituído pelo vocalista Bruce Dickinson em 1981.

Jovens, cabeludos ou não, se espremiam em frente ao palco, balançando a cabeça e erguendo as mãos deixando somente os dedos indicador e mindinho levantados em forma de chifrinho, símbolo característico dos fãs de heavy metal. Para ter uma visão privilegiada do palco, dois rapazes subiram numa árvore e ficaram numa altura de quase 10 metros. Alguns fãs tentaram invadir a área restrita a fotógrafos e cinegrafistas, mas rapidamente eram retirados por seguranças.

O público ia ao delírio quando Paul Di'Anno, que atualmente segue carreira solo, cantava músicas dos dois primeiros álbuns do Iron Maiden. Do disco Iron Maiden, de 1980, as canções "Running Free" e "Phantom of the Opera" foram algumas das que mais agitaram os fãs. Já do álbum Killers, de 1981, o público balançou a cabeça ao som da própria canção título e de "Murders in the Rue Morgue". Os fãs, que não paravam de gritar “Iron Maiden”, não se empolgaram muito quando Di'Anno cantou alguma coisa de sua carreira solo e a cover de Blitzkrieg Bop, dos Ramones.

Metal nacional
O metal nacional também esteve presente na Virada Cultural. Após a apresentação de Paul Di'Anno, o guitarrista Andreas Kisser, da banda brasileira Sepultura, subiu ao palco com músicos convidados para impedir que os fãs deixassem de chacoalhar as cabeças. Para a decepção da platéia, a banda não tocou nenhuma música do Sepultura, apesar dos pedidos de parte da multidão. Mas os fãs se maravilharam com o repertório apresentado, que incluía apenas clássicos do thrash metal americano.

Além de Andreas, a parte instrumental da Brasil Metal Stars ficou a cargo de André Mariutti (ex-Shaman), na outra guitarra, Dick Siebert (Korzus), no baixo, e Betão (ex-Korzus), na bateria. Derrick Green (Sepultura), Marcão (Claustrofobia) e Leandro (ex-El Fuego) se revezaram nos vocais. Sem saber que tratava-se da última música que encerrava o show, o público ficou bastante agitado ao ouvir "Raining Blood", da banda Slayer, cujo vocal foi dividido por Marcão e Leandro.

A dupla se revezou para cantar outros clássicos que fazem a cabeça dos fãs de metal, como "Angel of Death" (Slayer), "Motorbreath" (Metallica), "Bonded by Blood" (Exodus) e "Metal Thrashing Mad" (Anthrax). Das duas canções cantadas por Derrick Green, chamado de "Predador" pelo público por causa de seu cabelo rastafári, o destaque foi "Whiplash", do Metallica. Após a apresentação dos convidados de Andreas Kisser, as bandas Overdose, Volcano, Vodu e Korzus estavam escaladas para continuar com a festa "metaleira" das 4h30 às 10h do último domingo.



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