NINJA THUNDERBOLT (1985)
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NINJA THUNDERBOLT (1985)



Como é que um blog pode se chamar FILMES PARA DOIDOS se nenhuma das suas 284 postagens fala sobre Godfrey Ho? Mea culpa. Portanto, a postagem de hoje pretende corrigir esta injustiça e finalmente analisar uma obra de Ho, este célebre mestre oriental da picaretagem que alguns pesquisadores chamam de "Ed Wood de Hong-Kong", e cujo conjunto da obra já seria motivo suficiente para que ele fosse eleito santo padroeiro do blog, e não apenas um simples homenageado.

O IMDB informa que Godfrey Ho dirigiu 121 filmes. Mas não se engane: é bem provável que ele tenha feito o dobro disso, já que muitos dos seus trabalhos mais antigos simplesmente desapareceram, ou então foram assinados com pseudônimos e ninguém consegue provar a "autoria" de Ho. Ainda segundo o IMDB, o diretor usou nada menos de 50 nomes falsos ao longo de sua carreira, assinando tralhas como Bruce Lambert, Kurt Spielberg, Raymond Woo e até o muito apropriado "Ed Woo" (!!!), entre outros.


Uma rápida biografia: depois de ter estudado cinema em Hong-Kong e no Canadá, Ho foi assistente do respeitado cineasta Cheh Chang em diversas das suas obras, incluindo a co-produção Ocidente (Hammer) e Oriente (Shaw Brothers) "The Legend of the 7 Golden Vampires", que foi co-dirigida por Chang.

A partir do final dos anos 70, ele uniu-se aos produtores Tomas Tang e Joseph Lai para dirigir uma cacetada de filmes de artes marciais na Coréia do Sul (onde os custos eram menores).


O ponto de virada na carreira do "Ed Wood oriental" foi na década de 80. Tudo graças a uma aventura produzida pela Cannon Films, "Ninja, A Máquina Assassina", com o italiano Franco Nero no papel de um ninja ocidental. O filme era ruim de doer, mas estava faturando bem até nos cinemas orientais!

O produtor Joseph Lai, velho amigo de Ho, tinha fundado sua própria empresa (IFD Films & Arts), ficou admirado com o sucesso do filme com o ninja italiano e sugeriu a Godfrey que aproveitassem a febre rodando várias aventuras barateiras a preço de banana, e igualmente estreladas por um ninja ocidental. Até segunda ordem (ou seja, até que a filmografia de Godfrey Ho seja devidamente investigada e atualizada), o filme que abriu a bem-sucedida "série ninja" de Ho e Lai foi NINJA THUNDERBOLT, atual objeto de nossa análise.


Para o papel que foi de Franco Nero em "Ninja, A Máquina Assassina", a dupla decidiu chamar outro ator que, apesar de ter nascido nos Estados Unidos, fazia muito mais sucesso em westerns e policiais italianos: Richard Harrison. O motivo da escolha do ator não foi pelos dotes interpretativos (bastante limitados) e muito menos por ele saber lutar ou mover-se como um ninja (não sabia nenhum dos dois), mas apenas porque Harrison era fisicamente parecido com Franco Nero!!!

Harrison e Ho haviam se conhecido anos antes no set de "Marco Polo" (1975), um épico dirigido por Cheh Chang (de quem Godfrey era assistente, lembra?). Consta que o ator ficou impressionado com a animação daquele jovem que sonhava em ser cineasta, e por isso não pensou duas vezes em participar do seu filme de ninja por um cachê bem menor que o usual. Harrison não fazia ideia de como iria se arrepender por isso depois...


Ho e Lai agora tinham um "astro" parecido com Franco Nero e a ideia de uma aventura com ninjas. Só faltava um, digamos, pequeno detalhe: Joseph Lai não tinha dinheiro para produzir UM FILME INTEIRO. Resolveram, então, usar uma estratégia que já era comum nas suas velhas produções de artes marciais: comprar os negativos de filmes incompletos, ou de filmes antigos que não fizeram muito sucesso por lá, e reeditar essas obras, inserindo na narrativa as novas cenas com ninjas filmadas por Godfrey Ho!

E não importava se o filme em questão era um drama, um horror, uma comédia ou um policial: eles sempre davam um jeito de encaixar cenas com ninjas, geralmente no começo e no final, só para justificar os novos títulos estapafúrdios com que rebatizavam as produções - coisas como "Ninja Terminator", "Diamond Ninja Force", "Golden Ninja Warrior" e este NINJA THUNDERBOLT.


A essa altura, o leitor do FILMES PARA DOIDOS deve estar se perguntando como é que os sujeitos faziam tamanha picaretagem sem sofrer nenhum processo judicial. A resposta é simples: antes de tudo, vamos lembrar que os tempos eram outros e esse tipo de "liberdade poética" era bem comum.

Tomemos como exemplo o lendário produtor norte-americano Roger Corman. Nos anos 60, ele adquiriu os direitos de um filme russo de ficção científica chamado "Planeta Bur" (1962), de Pavel Klushantsev. Como não pegava bem lançar um filme russo nos cinemas americanos em plena Guerra Fria, Corman simplesmente dublou os atores em inglês, batizou-os com pseudônimos norte-americanos e chamou dois jovens diretores para filmar cenas adicionais. Assim, a partir de um único filme ("Planeta Bur") ele lançou dois, "O Planeta Pré-Histórico" (1965) e "Viagem ao Planeta das Mulheres Selvagens" (1968). Como curiosidade, os "jovens diretores" que filmaram cenas adicionais para ambos foram, respectivamente, Curtis Harrington e Peter Bogdanovich, que passariam a ser cineastas respeitados anos depois!


Além disso, é preciso lembrar que tanto essa malandragem de Corman quanto as picaretagens de Ho (e outros tantos caras-de-pau) eram feitas a partir de pequenas produções praticamente desconhecidas mesmo no seu país de origem, então imagine no mercado ocidental.

E as aventuras com ninjas da IFD Films & Arts eram feitas exclusivamente para os cinemas e videolocadoras dos Estados Unidos, e não para exibição no Oriente, onde algum espertinho poderia reconhecer o filme "remontado" pela dupla.


Claro que ninguém podia imaginar que, no futuro, existiria internet, DVD e gente com muito tempo nas mãos para ficar pesquisando essas coisas. Se antes os filmes de ninja de Ho eram assistidos apenas por frequentadores de cinemas baratos, que não costumavam perceber a diferença entre uma aventura oriental e outra, hoje existem fãs que pesquisam as obras e as assistem várias vezes para perceber os enxertos e montagens - como este que vos escreve!

NINJA THUNDERBOLT, a aventura que teve a "honra" de abrir o pacote ninja da IFD Films & Arts, foi montado a partir de uma pequena co-produção Hong Kong/Taiwan/Japão chamada "Zhi Zun Shen Tou", também conhecida como "The Ninja and the Thief" e "To Catch a Thief", e dirigida por Tommy Lee Gam Ming em 1984.


Embora Ho tenha produzido muitos filmes a partir de obras inacabadas, "The Ninja and the Thief" estava pronto e tinha começo, meio e fim. Contava a história de Shima (Yasuaki Kurata), um mestre ninja contratado para roubar uma valiosa estátua de jade com forma de cavalo. Um detetive da polícia (Don Wong) e uma investigadora da agência de seguros (Yin Su-li) unem-se para descobrir o paradeiro da relíquia e descobrem que o roubo foi planejado pelo seu próprio dono da estátua, que estava tentando embolsar a grana do seguro.

"The Ninja and the Thief" era uma aventura barata, mas bem divertida e repleta de cenas de ação malucas, incluindo a formidável perseguição do herói por ninjas brandindo espadas e equilibrando-se sobre... patins?!? Sim, patins. Pare tudo que estiver fazendo agora e assista esse momento mágico da sétima arte (um dia você ainda vai me agradecer por isso):

Rollerskating Ninjas!!!


E, caso você não tenha ligado o nome à pessoa, o protagonista Don Wong é o mesmo que, dez anos antes, teve a honra incomensurável de dar um cacete em ninguém menos que CHUCK NORRIS quando eles interpretaram herói e vilão, respectivamente, em "Massacre em São Francisco"!!!

(Sempre lembrando que Don Wong e um tal de Bruce Lee foram os únicos heróis cinematográficos a dar um cacete no mito Chuck Norris, o que desde já coloca o menos célebre Wong no mesmo patamar de lenda do falecido Lee.)


Tudo muito bom, tudo muito bem, mas Godfrey Ho ainda precisava transformar "The Ninja and the Thief" num veículo para o ninja ocidental interpretado por Richard Harrison. E a maneira encontrada por ele foi hilária, e bem típica de Ed Wood: simplesmente filmou uns 10 minutos de cenas adicionais em que Richard Harrison interpreta um sujeito chamado... hã... "Richard". No caso, Richard Lohman, um super-mestre ninja que também é o "superintendente da Divisão de Crimes Graves" da polícia.

É claro que Joseph Lai não ia gastar dinheiro contratando Don Wong ou algum dos outros atores de "The Ninja and the Thief" para filmar cenas adicionais com Harrison. Portanto, o galã só "interage" com os outros atores graças ao milagre da montagem. Por exemplo, nós nunca vemos Don Wong e Richard Harrison dividindo o mesmo quadro, apenas um frame de um "falando" com o outro, e então o frame do outro "respondendo" ao primeiro. Dê uma olhada nas imagens abaixo para entender melhor como funciona:

Cena original de "The Ninja and the Thief"



Cena remontada de NINJA THUNDERBOLT


Simples, não? É picaretagem? Sim, e da grossa. Por outro lado, esse tipo de montagem exige um sujeito bastante criativo (e cara-de-pau, claro), para fazer com que as cenas adicionais casem com o material pré-gravado e já finalizado. E a redublagem dos diálogos também precisa fazer sentido, óbvio.

O interessante é que NINJA THUNDERBOLT traz um dos melhores trabalhos de edição da dupla Ho/Lai (a montagem foi assinada por Wong Ming-Lam). O espectador desavisado nem percebe à primeira vista que, na verdade, está assistindo a dois filmes diferentes cujos atores nunca interagem no mesmo quadro, algo que outras produções posteriores de Ho e Lai já deixam bem mais evidente.


Se "The Ninja and the Thief" já iniciava com Shima realizando o roubo, em NINJA THUNDERBOLT temos uma nova introdução filmada por Ho, uma cerimônia do "Império Ninja" (não tente entender) em que é repassada a filosofia e o rígido código de honra dos guerreiros mascarados.

Richard Harrison está ali no meio, em traje de ninja e com rímel debaixo do olho para deixá-lo "puxadinho" (assim as pessoas não vão estranhar quando mais tarde ele for substituído por um dublê oriental que SABE LUTAR, mas tem olho puxado natural, nas cenas de ação). Na mesma cerimônia está o personagem de Yasuaki Kurata em "The Ninja and the Thief". Como? Ora, Ho simplesmente pegou uns takes dele em primeiro plano no outro filme e inseriu na montagem como se ele estivesse participando da reunião!


Segue-se a trama usual de "The Ninja and the Thief", com participações pontuais de Harrison aqui e ali, só para justificar seu nome enorme no pôster do filme e o fato de os créditos iniciais trazerem um "Estrelando Richard Harrison". Os nomes dos personagens também foram mudados: o herói Wang Lee virou apenas Wong, e o vilão, que se chamava Chen, foi rebatizado "Jackal Chan"!!!

Descontando o momento em que, como superior de Don Wong, ele encarrega o herói de investigar o roubo da estátua, e alguns telefonemas dele para Wong, Harrison nunca participa diretamente da trama de "The Ninja and the Thief", mas volta na conclusão enfrentando um outro ninja, uma mulher, que não tem nada a ver com o resto da história!


Ainda entre as cenas adicionais filmadas por Ho e enxertadas em "The Ninja and the Thief", existe um momento completamente aleatório em que um dos amigos de Harrison (com o qual ele tinha enchido a cara momentos antes) é morto pela ninja-mulher com, acredite se quiser, uma fita cassete arremessada no seu peito como se fosse shuriken!!!

A fita contém uma gravação, uma mensagem para Harrison que tenta dar algum sentido à trama, dizendo que ele traiu o "Império Ninja" (por estar caçando Shima, um dos seus "irmãos") e por isso irá morrer. Bravo!


NINJA THUNDERBOLT até pode ter certo interesse para quem gosta do cinema de ação oriental, principalmente pelas cenas originais de "The Ninja and the Thief", que incluem diversas lutas entre Don Wong e uma cacetada de figurantes (e uma luta final muito boa entre Wong, Yin Su-li e o vilão Kurata). As cenas com ninjas filmadas por Ho e incluídas na montagem não são tãooooo marcantes assim, mas, vá lá, quebram o galho.

Na verdade, o filme será muito mais apreciado por admiradores de cinema ruim e de trash movies, e não só pela montagem picareta de Ho e pelas cenas sem sentido com Richard Harrison, mas também porque "The Ninja and the Thief", originalmente, já era um trashão daqueles!


Além da hilária cena com os ninjas de patins perseguindo o herói, que virou hit no YouTube, "The Ninja and the Thief" provoca algumas boas gargalhadas graças à pobreza mais do que visível da produção. A "casa" do herói Wong, por exemplo, é um quarto de motel, e dos mais vagabundos, já que a porta da frente dá diretamente para o banheiro e para o quarto, e ninguém fez muita questão de esconder o painel cheio de botões (para ligar o som, para ligar o ar condicionado) na cabeceira da cama!

Também há umas cenas completamente sem-noção QUE JÁ ESTAVAM LÁ antes de Ho meter a mão no filme. Minha preferida é aquela em que o herói assusta sua esposa usando uma máscara de monstro; posteriormente, quando um vilão igualmente mascarado invade a "casa", a moça acredita ser seu marido zoando e se dá mal - num hilário reaproveitamento da velha fábula do menino que gritava "Lobo! Lobo!".


Tommy Lee Gam Ming, o diretor original dessa bagaça, também não era o mais inteligente dos cineastas. Pois eis que o sujeito filma uma perseguição de carros em que heróis e vilões dirigem carros brancos praticamente iguais (!!!), e você nunca sabe quem é quem no meio do corre-corre! Aliás, "corre-corre" em partes, porque todas as cenas de perseguição são filmadas em velocidade normal e depois "aceleradas" na montagem, o que fica absurdamente falso.

E o que dizer do momento em que a mocinha da companhia de seguros está numa cabine telefônica que é atravessada por um carro em alta velocidade dirigido pelos caras maus? Quando você pensa que a garota morreu, eis que na cena seguinte ela aparece pendurada no capô do veículo em alta velocidade, ainda segurando o telefone na mão e sem um único arranhão (tá, para não ser injusto, uma das meias-calças dela está furada, assim não fica tão absurdo).


Se Godfrey Ho era o "Ed Wood de Hong-Kong", então Tommy Lee era o Bruno Mattei de lá, pois seu filme original está repleto de bobagens e erros de continuidade. Embora Shima roube a estátua de jade à noite, por exemplo, no momento em que ele sai do prédio já é dia com sol a pino (e não, ele não levou mais de 10 minutos para abrir o cofre).

O diretor também parece meio na dúvida entre o tipo de filme que quer fazer, pois há uma quantidade considerável de nudez (feminina e também masculina, com direito a pinto mole balançando), e umas loooooongas cenas de sexo simulado completamente deslocadas da narrativa (incluindo uma ameaça de 69!), como se alguém tivesse gravado putaria da extinta Sexta Sexy numa fita onde já havia um filme de ninja gravado três dias antes na Sessão Kickboxer.

(Que fique registrado: o original "The Ninja and the Thief" tinha ainda mais cenas de sacanagem, que foram cortadas para acomodar as novas cenas de ninjas com Richard Harrison. Tanto a obra de Tommy Lee quanto a remontagem de Godfrey Ho duram 88 minutos.)


O interessante é que Godfrey Ho manteve esse estilo sem-noção, e os cerca de 10 minutos adicionais que filmou para fazer NINJA THUNDERBOLT estão imbuídos do mesmo espírito "Que se foda!" do original "The Ninja and the Thief". Há, por exemplo, uma cena em que Harrison prende um traficante num parque, e que não tem nada a ver com a trama principal - lembre-se, ele não podia participar diretamente da outra trama porque ela faz parte de um filme já pronto, mas precisava aparecer fazendo alguma coisa!

Pois eis que o traficante guarda uns 15 baseados dentro da boca (!!!), de onde só os retira quando aparece algum comprador. É um negócio tão inacreditável que só vendo para acreditar, além de um verdadeiro desrespeito ao consumidor: não é porque seu negócio é ilegal que você deve agir com tamanha falta de higiene, vendendo baseados molhados e babados!


Continuando nessa linha "tão ruim que fica bom", o mestre ninja Harrison tem uma espécie de armário mágico em sua casa, pois toda vez que abre a porta do dito-cujo uma luz branca super-forte sai de lá de dentro. A luz parece emanar da espada ninja mágica usada pelo personagem.

Por sinal, os ninjas de Godfrey Ho fazem aquele estilo "magos cheios de truques", pois além da super-habilidade na espada, eles também vestem seus trajes ninjas magicamente em um segundo, bastando para isso jogar uma bomba de fumaça no chão!


NINJA THUNDERBOLT pode não convencer muito como filme de ação, mas é hilário como comédia involuntária, e ainda melhor para você assistir agora, depois de ler essa resenha, pois irá prestar mais atenção nas cenas adicionais enxertadas e em como o "mestre ninja Richard Harrison" jamais interage com os personagens da trama principal.

Curioso é que a cópia lançada em DVD no Brasil, pela Califórnia Filmes, faz jus à ruindade da obra e torna tudo ainda mais trash: além da qualidade ruim da imagem (obviamente ripada de VHS) e da capinha com uma imagem feia super-ampliada até ficar quadriculada, a Califórnia lançou uma versão DUBLADA EM ITALIANO! E poucas coisas são mais esquisitas do que ver ninjas falando italiano num filme produzido em Hong-Kong e com legendas em português - parece até aquela música dos Titãs!


Quando NINJA THUNDERBOLT começou a dar certo retorno financeiro nos cinemas ocidentais, o produtor Joseph Lai percebeu que seu insólito "jeitinho" de fazer filmes podia render ainda mais. Sempre com Godfrey Ho na direção (embora Lai assumisse o cargo às vezes para desafogar o parceiro), a IFD Films & Arts lançou mais umas 20 aventuras com ninjas produzidas a partir de material de terceiros, muitas delas com Richard Harrison repetindo seu papel de mestre ninja ocidental.

Aí veio a malandragem-mor, sobre a qual pretendo me aprofundar em futuras postagens: Lai contratou Harrison para fazer apenas três filmes (já contando NINJA THUNDERBOLT), mas pediu que Ho gravasse o maior número possível de cenas aleatórias com o ator vestido de ninja e interagindo com personagens inexistentes.

Dessa maneira, os "três filmes" acabaram se transformando em nada mais nada menos que 25 FILMES, e sempre reaproveitando as mesmas "cenas aleatórias" com Harrison! Isso levou o ator norte-americano a abandonar o cinema, desiludido por ter seu nome associado a tamanha quantidade de podreiras (embora volta-e-meia ele reapareça em pequenas participações).


Já Godfrey Ho, quem diria, aposentou-se do ramo para virar professor de cinema (!!!) na Hong Kong Film Academy! Exato: o "Ed Wood de Hong-Kong" hoje ensina seus segredos e divide suas habilidades com a nova geração do cinema oriental. Talvez em breve tenhamos uma nova febre de filmes de ninja direto para locação.

E, se bobear, com aquelas mesmas velhas cenas filmadas com Richard Harrison...

PS: Os créditos iniciais informam que Jackie Chan foi coadjuvante no filme. Não vi ninguém sequer parecido com o astro mesmo entre os figurantes, mas a Califórnia Filmes comprou a ideia e tascou o nome "Jackie Chan" em letras garrafais na capinha do DVD nacional. O máximo que NINJA THUNDERBOLT traz é o personagem chamado "Jackal Chan", então deve ser mais uma picaretagem da dupla Ho/Lai, já que outras obras deles, como "Ninja - O Protetor", também anunciam enganosamente a presença de Jackie Chan.

Trailer de NINJA THUNDERBOLT



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Ninja Thunderbolt (1985, Hong-Kong / Taiwan)
Direção: Godfrey Ho (e Tommy Lee Gam Ming)
Elenco: Richard Harrison, Don Wong, Yasuaki Kurata,
Yin Su-li, Cheng Fu-Hung, Lee Fat-Yuen, Wong Chi-Wai
e mais um monte de desconhecidos.



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