Melhores, piores e decepções de 2010
Filmes Legais

Melhores, piores e decepções de 2010


OS MEUS MELHORES DE 2010
(sem ordem de preferência)



"Tropa de Elite 2"
Não só por ser um filmaço, mas ainda por ter conseguido bater o recorde de bilheteria do cinema nacional (o xoxo "Dona Flor e Seus Dois Maridos", de 30 anos atrás) em tempos de poucos cinemas e pirataria a rodo.


"Kick Ass - Quebrando Tudo"
Uma engraçada aventura que comprova algo que eu sempre defendi: que os filmes de super-heróis não precisam se levar tão a sério assim, como querem super-malas tipo Christopher Nolan e Bryan Singer.


"Popatopolis"
Talvez o filme mais divertido que vi em 2010, além de uma ode apaixonada ao cinema independente. Pena que Ed Wood morreu antes que fizessem um documentário como esse estrelado por ele...


"O Escritor Fantasma"
O veterano Roman Polanski comprova que ainda é "o cara" e ensina como fazer suspense a essa geração atual mal-acostumada com efeitos sonoros e edição videoclipeira.


"A Estrada"
Violenta e triste visão de um futuro sem nenhuma esperança, onde apenas o amor de um pai parece representar um mínimo sopro de humanidade. Incômodo, mas obrigatório.


"Four Lions"
Brilhante comédia que ri da desgraça alheia (ao enfocar o "cotidiano" de atrapalhados homens-bomba), e ao mesmo tempo questiona a estupidez de morrer por qualquer ideal.


"REC 2"
Odiada por meio-mundo, essa continuação não faz feio e ainda expande a mitologia do original, numa espécie de versão "reality show" de "O Príncipe das Sombras", de John Carpenter.


"I Saw the Devil"
Mais uma história sul-coreana de vingança. Em outras palavras: sangue a rodo, arrepiantes mutilações corporais e reviravoltas de arregalar os olhos a cada meia hora.


"Tucker e Dale Enfrentam o Mal"
Os fãs de "Pânico" saúdam o filme do Wes Craven como se fosse o grande exemplo de obra que brinca com os clichês do horror. Mas essa engraçadíssima comédia, que subverte um dos maiores clichês do gênero (os caipiras malvados), mostra que está na hora de eles reverem seus conceitos.


"Tudo que Amo"
A primeira vez a gente nunca esquece. A primeira rebeldia contra o "Sistema" e a primeira banda punk também não, como defende esse sensível retrato da adolescência na Polônia dos anos 80.


"Amargo"
Uma obra-de-arte que passou batida na Mostra de SP e foi redescoberta graças ao Fantaspoa 2010. Homenagem aos filmes "giallo" feitos na Itália, contada através de planos-detalhe, direção de arte brilhante e com um mínimo de diálogos.


"La Yuma"
Uma espécie de versão terceiro-mundista do filme "Menina de Ouro", dessa vez representando o esporte como uma válvula de escape para um cotidiano pobre e violento.


"Triângulo do Medo"
O mais perto de um pesadelo que o cinema de horror chegou nos últimos anos, com um festival de imagens perturbadoras sem abusar de sangue ou efeitos digitais.


"Cisne Negro"
Um horror cerebral e perturbador que aproxima Darren Aronofsky de Stanley Kubrick - e que incomoda o espectador sem a necessidade de banhos de sangue ou "sustos tcham!".


"Abismo do Medo 2"
Uma daquelas raras continuações que realmente continuam, resgatando episódios e personagens do primeiro filme, e que não passa vergonha na comparação com o original, mesmo ao descambar para o excesso de sangue e nojeira.

Menções honrosas: "Massacre Esta Noite", "A Ilha do Medo", "O Último Exorcismo", "Not Quite Hollywood", "Red Hill - Busca Sangrenta", "Homem de Ferro 2", "Scott Pilgrim Contra o Mundo", "Atração Perigosa", "Elvis e Madona", "8th Wonderland" e "O Homem que Virá"


OS MEUS PIORES DE 2010
(sem ordem de "não-preferência")



"Um Olhar do Paraíso"
Peter Jackson chega ao fundo do poço nesse constrangedor "momento Spielberg" (embora nem os piores filmes do Spielberg sejam tão piegas e insuportáveis).


"Os Famosos e os Duendes da Morte"
Curta-metragem esticado, em mais uma amostra daquele cinema fanfarrão que tenta ser artístico e "cabeça" mesmo quando não tem nenhuma história para contar - e que infelizmente acaba encontrando seu público.


"Cabana do Inferno 2"
O primeiro é divertidíssimo, mas essa sequência problemática é apenas... estranha. E insuportável. Os raros achados no meio do caos não justificam a existência do filme.


"A Ilha dos Mortos"
Melhor que o péssimo "Diário dos Mortos", mas ainda assim um fiasco em comparação com o resto da série dos mortos-vivos de Romero - aqui num de seus momentos mais constrangedores, rendendo-se até a piadinhas estúpidas e CGI de quinta categoria.


"O Contestado - Restos Mortais"
Um documentário sobre um fato histórico quase desconhecido da história do Brasil (!!!) e com três horas de duração (!!!)? E que traz depoimentos dos falecidos no conflito (!!!) através de médiuns em transe (!!!)? Next!


"Perpetuum Mobile"
Um filme sobre o nada em que nada funciona (nem mesmo o enquadramento de câmera, como comprova a imagem acima). Mas foi premiado em vários festivais ao redor do mundo e incensado por cinéfilos pseudo-cults, então deve ser bom (e eu devo ser um idiota por não ter entendido).


"Robin Hood"
Se mudassem o título para "Gladiador 2", ou "Gladiator Begins", talvez essa bobagem até enganasse. Mas é difícil engolir um filme sobre Robin Hood que altera totalmente a história clássica do personagem, e ainda traz como herói Russell Crowe gordo que nem um porco!


"A Hora do Pesadelo"
No ano 2050, quando um professor de cinema quiser mostrar aos seus alunos todos os pontos negativos de se fazer um remake de filme de horror, poderá economizar saliva exibindo essa refilmagem simplesmente patética.


"The Possession of David O'Reilly"
Péssimo sub-produto de "Atividade Paranormal", que atormenta o espectador com quase 40 minutos de escuridão, talvez para disfarçar o fato de não ter qualquer história para contar.


"Skyline - A Invasão"
Misture o "Guerra dos Mundos" do Spielberg com "O Nevoeiro", adicionando umas pitadas de "Distrito 9", e o resultado será explosivo - como comprova essa bomba mal-dirigida e pessimamente interpretada.


"A Epidemia"
Não bastou pegar "O Exército do Extermínio", um dos melhores filmes de George Romero, e transformar em filme de zumbis à la "Extermínio". Não, o diretor também teve que alterar totalmente o foco do original, colocando os militares como figurantes. Parabéns: mais um para a lista de piores remakes do século!


"Segurança Nacional"
Minhas esperanças de ver ressuscitar o cinema nacional de ação se diluem mais e mais a cada novo trabalho tosco e preguiçoso como esse, que só funciona mesmo como comédia involuntária.


"Zona Verde"
Se não tivesse um certo diretor conhecido (Paul Greengrass, ou "Greeng-argh") no comando, essa bobagem seria lançada direto em DVD e ficaria perdida no meio dos novos filmes do Steven Seagal ou Dolph Lundgren. Mas como tem...


"O Último Romance de Balzac"
Mais um belíssimo argumento para aqueles que odeiam o cinema nacional e acham que qualquer filme brasileiro é porcaria. Ao ver bombas como essa, dá até vontade de concordar.


"A Ressaca"
Estou até agora tentando entender como é que um trailer engraçadíssimo se transformou numa comédia tão sem graça, em que quase todas as piadas erram o alvo e até Chevy Chase é desperdiçado.

Menções desonrosas: "Jogos Mortais - O Final", "Simplesmente Complicado", "Porto dos Mortos", "Strigoi", "Ponto Org", "Enquanto a Noite Não Chega", "Giallo - O Assassino", "Par Perfeito", "Glen, O Robô Voador", "Não Se Pode Viver Sem Amor" e "O Último Mestre do Ar"


MINHAS DECEPÇÕES DE 2010
(não são bons nem ruins, só ficam
muito abaixo da expectativa criada)



"Os Mercenários"
Parece que Stallone desaprendeu tudo que mostrou anos antes com os excelentes "Rocky Balboa" e "Rambo 4". E o sujeito que editou o filme deve ter feito o curso de montagem com Michael Bay.


"Machete"
Rodriguez repete a piada de mau gosto que foi "Era Uma Vez no México": enche seu filme de atores famosos encarnando personagens legais, e assim deixa o protagonista em segundo, até terceiro plano. E o trailer é muito mais divertido que esse longa burocrático e levado mais a sério do que deveria.


"Esquadrão Classe A"
Os realizadores parecem se divertir muito ao fazer uma cena de ação mais absurda, exagerada e incoerente que a anterior. Pena que o espectador não se divirta tanto quanto eles.


"Avatar"
Onde estará a suposta revolução do cinema prometida por James Cameron (e que muitos críticos e espectadores engoliram)? Será que é a revolução do aumento do preço dos ingressos (por causa do 3D), ou simplesmente o revolucionário desconforto gerado pelas quase três horas (desnecessárias) de explosões e efeitos por computador?


"Piranha 3D"
Porque uma única cena legal (o massacre no lago) não justifica os chatíssimos 45 minutos iniciais e nem as piadas infames. Alguns incensaram o filme somente pela quantidade de tetas e tripas, mas, se é assim, 90% dos slashers dos anos 80 são clássicos do cinema.


"Vida e Morte de uma Gangue Pornô"
Mais um exemplar de uma verdadeira peste moderna: o cinema "Sou revoltadinho e quero chocar o espectador de qualquer jeito". Alguns podem considerar diversão ver um travesti chupar o pau de um cavalo, mas definitivamente essa não é a minha praia (e o cinema pornô brasileiro dos anos 80 tem coisa bem pior, para quem acha que esses caras de agora estão inventando a roda).


"Federal"
Tinha tudo para ser um belo filme policial made in Brazil (e algumas cenas até empolgam, como a morte inesperada, à la Friedkin, de certos personagens principais). Mas, no geral, parece uma cópia infeliz de "Tropa de Elite", mesmo que a produção tenha começado um ano antes.


"Tron Legacy"
O primeiro nunca foi um clássico, como alguns críticos e fãs fazem parecer. Mas pelo menos era divertido e até visionário em suas ideias. Trinta anos depois, essa continuação não traz nenhum novo conceito e apenas "maquia" o primeiro filme - com sérios problemas de ritmo e de roteiro.


"O Lobisomem"
Prejudicado por uma edição porca feita pelo estúdio (a que eu vi no cinema), o filme tem algumas coisas muito boas, mas também inúmeros momentos patéticos e mal-explorados (como esse aí da foto, que é constrangedor). Ainda preciso ver a "versão estendida" lançada em DVD.

Menção honrosa: "A Centopeia Humana"



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